As sete espécies de tabern​áculos

Porque o Senhor teu Deus te está introduzindo numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes e de nascentes, que brotam nos vales e nos outeiros; terra de trigo e cevada; de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e de mel, terra em que comerás o pão sem escassez e nada te faltará nela; – Deut. 8:7-9

Na repetição de instruções a Israel, Moisés faz menção da riqueza da terra que Deus lhes havia reservado por herança. Uma terra de montes e vales, fértil, frutífera, apta para receber e sustentar o Povo escolhido.

Menciona sete dos principais frutos (dois de grão e cinco de frutos), encontrados na Terra: frutos nutritivos, agradáveis, espécies que também tinham grande importância na economia da região. Por quarto mil anos estes sete frutos tem ocupado lugar de destaque na mesa dos hebreus, assim como nas tradições religiosas e culturais de Israel. Veem igualmente mencionado em quase todos os livros que compõe a Bíblia, particularmente nos poéticos e proféticos.

A expressão “sete espécies”, ficou como “rótulo” para descrever os produtos agrícolas de Israel, assim como ela é também conhecida pela expressão: “Terra que emana leite e mel”. 

Pela tradição rabínica, eram também os frutos considerados aceites como ofertas no Templo, quando três vezes no ano os peregrinos subiam a Jerusalém para as santas convocações do Eterno.

Os produtores que habitavam na região ou mais perto, traziam os produtos frescos, enquanto que os que vinham de longe, traziam os produtos secos e em conserva, que entravam como oferta ao Senhor, mas cujo fim era alimentar os sacerdotes e levitas empregados nos ofícios do Templo.

No Israel contemporâneo, podemos ainda reconhecer a sua importância pelas enormes e ricas extensões agrícolas, vinícolas e hortícolas que oferece.

Trigo e Cevada: com estes dois grãos se fabrica o pão e farinhas para alimentação base dos israelitas. São produtos cultivados no inverno: a cevada é colhida na Páscoa e o trigo em Shavuot.

Figos: são apreciados muito frescos ou secos e fazem parte da doçaria regional.

Uvas: de várias qualidades são apreciadas frescas, secas, mas principalmente na produção dos reconhecidos vinhos de Israel.

Romãs: comidas frescas ou em suco, são também usadas na produção de vinho, licor ou como um vistoso elemento decorativo.

Azeitonas: delas se extrai o azeite para alimentação, mas a sua utilidade tem sido também aplicada no fabrico de medicamentos, sabão, produtos de beleza e higiene, alumiar casas e locais públicos; nos períodos da existência do Tabernáculo e dos Templos, servia para as ofertas, os sacrifícios e para a unção de sacerdotes e reis.

Tâmaras: são comidas frescas ou secas e também delas se faz um xarope muito nutritivo e duradouro utilizado na culinária regional, que é chamado de “mel de tâmara”; daí nasceu a referência a Israel ser uma “Terra que emana… mel”. Este fruto é ainda muito importante na alimentação dos dromedários e camelos da região, por constituir uma rica fonte de nutrientes e energia necessárias ao esforço de longas caminhadas.

A Festa Bíblica dos Tabernáculos acontece na entrada do Outono, numa estação agrícola em que são colhidos os últimos frutos. É uma estação de muita alegria, gratidão ao Senhor pelas benesses extraídas da terra para alimento, pelo Seu fiel cuidado, mas onde também se fazem fervorosas preces em favor da chuva vindoura (a temporã e a serôdia) muito necessária ao plantio, crescimento e amadurecimento dos produtos da terra.

Tradicionalmente, as sete espécies são comidas durante as celebrações Judaicas do “Ano Novo das Árvores”, em Pentecostes e na Festa dos Tabernáculos por serem considerados frutos destacados dos demais e depois de come-los recitam uma benção especial, reconhecendo com gratidão que todo o alimento vem de Deus, o Supremo Provedor.

Estas sete espécies, não foram somente significativas e apreciadas no período do Israel bíblico na conquista e estabelecimento na Terra de Canaã, nos períodos dos juízes, dos reis e dos profetas, como no tempo de Jesus e dos Apóstolos.

O fato de existirem hoje no Israel moderno, renascido, são um forte sinal profético em como a terra recebeu de volta os seus herdeiros, se renovou e abriu para brotar de novo os mesmos frutos, alimentar e saciar o Povo da Promessa.

Em todo o Israel se vê o deserto árido dar lugar a verdes campos, Eretz Israel está sendo transformado num imenso e frutífero pomar, preparando-se para a vinda do Messias, para o estabelecimento do Seu Reino Milenar onde haverá fartura, pois todo esse restaurado pomar, será alimentado pelas águas que saem do Santuário do Templo do Messias, de Jerusalém.

Amós :14 diz: “Também trarei do cativeiro o meu povo Israel; e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e beberão o seu vinho; e farão pomares, e lhes comerão o fruto.”

Ezequiel 47:12 diz: “E junto do rio, à sua margem, de uma e de outra banda, nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer. Não murchará a sua folha, nem faltará o seu fruto. Nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário. O seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio.”

Hoje, Israel poder comer destes frutos específicos e milenares é prova conclusiva de que Deus é fiel à Sua Palavra. O movimento profético das nações subindo a Jerusalém de ano em ano vindo celebrar a Festa dos Tabernáculos, confirma o que os profetas firmaram quanto à restauração de Israel e de Jerusalém para os últimos tempos.

Nações, alegremo-nos no Senhor Deus de Israel e com gratidão saciemo-nos com os frutos da “Terra que emana leite e mel”, celebrando a nossa restauração a Sião!

Joel 2:23-26 diz: "Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, e regozijai-vos no Senhor vosso Deus; porque ele vos dá em justa medida a chuva temporã, e faz descer abundante chuva, a temporã e a serôdia, como dantes. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares trasbordarão de mosto e de azeite. Assim vos restituirei os anos que foram consumidos pela locusta voadora, a devoradora, a destruidora e a cortadora, o meu grande exército que enviei contra vós. Comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca será envergonhado. Vós, pois, sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o Senhor vosso Deus, e que não há outro; e o meu povo nunca mais será envergonhado.”

 

 

Apa. Carla Melo

ICEJ Portugal

 

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