Cinco pedras para mudar a história

I Samuel 17:32-41

O tempo é uma sucessão de minutos, que por sua vez são sucessões de segundos que são formados por sucessões de décimos, e assim por diante em frações cada vez menores do que denominamos o espaço de tempo. Contudo, existem tempos que de tão marcantes e importantes deveriam durar mais do que de fato duraram.

Quem nunca se lembrou dos poucos minutos daquele inesquecível momento da dança sobre o som da valsa na formatura? Ou daqueles minutos da entrada do noivo e noiva e a famosa frase, eu os declaro casados. A estes momento parecem eterno. Qual pai se esqueceria daqueles precio­sos segundos em que, pela primeira vez, ouviu o estridente choro do filho que chegara ao mundo?

Realmente, há segundos importantes demais na vida. Não são necessários muitos deles para que a bola ultrapasse o gol e atinja a rede dando a vitória a um time que por um ano inteiro lutou pelo título. Há tempos que de tão marcantes deveriam durar uma vida inteira e há segundos que estabelecem o curso do resto de uma vida.

Certamente os segundos registrados entre os versículos 32 e 41 do capítulo 17 do primeiro livro do profeta Samuel marcaram a vida do jovem Davi. Foram poucos segundos que mudaram a vida dele para sempre. Vamos ao contexto: em façoes de segundos, Davi, a pedido do pai Jessé, levava comida para seus irmãos que estavam acampados em prontidão para a guer­ra. Ao chegar ao vale de Elá (local do acampamento), Davi viu-se diante do avanço inimigo. Ele sabia que os próximos segundos seriam decisivos. E na verdade foram.

Ninguém poderia duelar com o gigante inimigo Golias. O melhor ho­mem do exército filisteu. E Davi logo percebeu que estava no lugar certo e, principalmente, na hora certa. Muitas vezes também nos vemos em situação semelhante. Era a hora certa para agir. O lugar era certo; o tempo, conveniente. Bastava uma coisa para que ele agisse. As ferramentas.

Deus vai utilizar o que você possui para escrever seu nome na história. Geralmente eu digo que jamais podemos cobrar de uma pessoa aquilo que ela não possua. Você só pode oferecer do que você já tem. E é sobre isso que e eu quero falar. Davi não possuía armas letais, ele não era soldado e sim um pastor de ovelhas.

Ele não dominava as técni­cas de lutas corporais e, provavelmente, jamais havia se envolvido em brigas ou lutas pessoais, a não ser quando teve de defender suas ovelhas. Ele era pastor e, como tal, sua preocupação se resumia em cuidar e apascentar o seu rebanho. Até que tentaram lhe dar uma armadu­ra com espada, mas isso não era o que Deus lhe havia dado. Davi recebera de Deus uma estratégia de usar cinco pedras.

As cinco pedras utilizadas por ele para derrubar o gigante Golias apontam para o resultado de uma atitude daquele jovem diante de uma necessidade. O momento exigia isso. Quantas vezes podemos estar diante de momentos que nos exijam certas posturas? As cinco pe­dras de Davi mudaram a história. Dian­te deste quadro, o jovem manifestou alguns sentimentos.

A indignação com a situação foi um deles. Ele não suportou a afronta de Golias contra Deus. O inconformismo com o que acontecia fez Davi tomar a iniciativa para mudar a situação. A radicalidade e o espírito de sacrifício também se manifestaram, uma vez que ele correu risco de morte naquela situação.

A determinação foi outro di­ferencial, porque ele não se deteve diante das inti­midações de seus irmãos, de Saul e de Golias. Por fim o jovem demonstrou um sólido comprometi­mento com o propósito de Deus. Os outros soldados estavam envolvidos numa guerra, mas Davi estava comprometido na sua fé ao ponto de se dispor, mesmo que tivesse que morrer na batalha.

Na história de Davi e Golias podemos aprender muitas lições sobre lide­rança e sobre a vida. Gostaria de tomar especificamente as cinco pedras que Davi usou para vencer Golias, e usá-las como ilustração de nove princípios espirituais vitais para sermos bem sucedidos em nossos desa­fios.

Vejamos:

1. Cinco pedras nos falam de propósito. Se alguém perguntasse a Davi por­que ele estava pegando aquelas pedras não ouviria de sua boca que ele iria perder tempo ou brincar de qualquer coisa. As pedras tinham um propósito específico. Pedras podem ser usadas para inúmeras finalidades, mas aquelas cinco tinham um propósito específico.

Não podemos perder o foco no decorrer do projeto em que Deus nos deu para executar. Se perdermos o propósito não venceremos a batalha. Líderes foca­dos no propósito não perdem tempo e também não precisam de muito tempo para cumprir o propósito de Deus. Eles aproveitam cada segundo.

2. Cinco pedras nos falam de inova­ção e mudança de paradigma. Nos dias de Davi não se menciona que fosse costume ir à guerra com uma funda, mas depois ficamos sabendo que depois desta vitória,  um batalhão de fundistas no exército foi formado (I Cr. 12:2, II Cr. 26:14).

Deus sempre faz coisas novas atra­vés de seus escolhidos. Antes de Noé ninguém tinha feito uma arca; antes de Moisés não havia o Tabernáculo, Davi inovou fazendo um tabernáculo em Jerusalém; antes de Maria nenhuma virgem havia concebido.

Igrejas que crescem, mudam para­digmas. Elas crescem por­que fizeram ou ensinaram algo novo. A Igreja na Coreia foi a primeira a estabelecer células; A Igreja na Co­lômbia criou os encontros. No início do século passado, as igrejas pentecostais inovaram com os dons do Espírito e os metodistas usaram os grupos de santi­dade e a pregação pública. Outros usaram o rádio, outros a televisão. Há muitos outros exemplos.

Davi não se importou em inovar usando as pedras para vencer o inimi­go. Isto não significou a extinção da armadura e da espada. Na verdade Davi matou Golias com uma espada, mas o derrubou com uma pedra. Líderes mar­cantes utilizam o novo sem desprezar o que já foi estabelecido.

Precisamos ser cuidadosos com aquilo que é novo, mas não devemos de pronto desprezar. Tudo o que é novo precisa ter o selo da aprovação e da un­ção de Deus, se for desprezado nunca se saberá. Davi, por exemplo, fez um novo Tabernáculo completamente dife­rente do de Moisés, mas havia o selo de Deus sobre ele.

3. Cinco pedras nos falam de precaução e cautela. Uma pedra era suficiente (como na verdade foi), mas Davi pegou cinco, in­dicando que ele tinha a intenção de usar uma após a outra caso a primeira falhas­se ou se os irmãos de Golias viessem. Na realidade pela lei de guerra, uma fez feito um desafio, ninguem poderia interferir no resultado, mas se submeter ao que foi estabelecido.

Isto mostra também que Davi embora tivesse autoconfiança, ela não era excessiva. Devemos sempre ponderar na possibilidade de erro na primeira tentativa de alguma ideia ou estraégia, devemos sempre planejar para estarmos sempre um passo a frente.

Entenda que a segunda pedra não é um plano B, mas na verdade é uma postura de perseverança na estratégia. Isto significa que é possível que cer­tos gigantes somente caiam na quinta pedrada, mas pode também indicar que nem todos somos tão habilidosos quanto Davi e precisaremos tentar mui­tas vezes. O mais importante, porém, é mantermos a perseverança e não desistirmos nunca.

4. Cinco pedras nos falam de preparo e treinamento.

Davi não era um novato principiante no uso da funda, ele já tinha treinado bastante. Era hábil neste tipo de mate­rial. Sempre digo que tempo investido em treinamento não é tempo perdido. Provavelmente foram as ameaças ao rebanho que motivaram Davi e se tornar um bom atirador. Ele certamente em várias oportunidades lançou mão da funda para defender seu rebanho, con­tudo nunca havia pensado que um dia derrubaria um gigante com uma pedra.

Algumas vezes estamos sendo treina­dos para liderar uma célula, mas aquele treinamento será útil para pastorear uma igreja ou até administrar uma empresa. Ou até fomos treinados para sermos vendedores ou professores, mas Deus usa aquela habilidade que adquirimos para outras finalidades no seu reino. O treinamento nos fala de disciplina e dedicação.

5. Cinco pedras nos falam de quali­ficação

Davi sabia que não era qualquer pedra que serviria para o propósito. A pedra deveria ser lisa e roliça para dar direção, deveria ser suficientemente dura para causar ferimento e com o tamanho adequado para dar velocidade e impacto.

Precisamos ser cuidadosos ao instruirmos novos líderes. Eles são pe­dras que serão atiradas, que serão enviadas e como tal eles precisam ser pedras apropriadamente lapidadas. Líderes marcantes escolhem cuidadosamente as pedras.

6. Cinco pedras nos falam de responsabilidade

Na Bíblia o número cinco simboliza responsabilidade diante do Senhor. Na parábola das virgens, tem-se dois grupos: cincos néscias e cinco prudentes (Mt 25.2). Isso porque cinco significa responsabilidade. É o número de dedos da nossa mão indicando que temos compromisso com os nossos atos. Davi tomou sobre si a responsabilidade de vencer o gigante. Ao final quem se tornara num gigante foi o próprio Davi. Ele assumiu a responsabilidade daquele momento único e, não por acaso, entrou para a história.

7. Cinco pedras nos falam de cora­gem e valentia

A coragem de Davi tinha uma base lógica, não era uma coragem tola. Em primeiro lugar era baseada na sua fé em Deus, porque ele cria que o Senhor era com ele e a unção já lhe ha­via sido concedida por Samuel. Todavia não é da vontade de Deus que creiamos sem que haja um instru­mento no qual apliquemos a nossa fé.

Davi só entrou em cena e marcou aquele instante porque tinha segurança de que ele poderia vencer o desafio, uma vez que já havia vencido o urso e o leão. Davi dependeu de Deus sem ser fra­co. A dependência de Deus não é passi­vidade diante dos instantes da vida.

8. Cinco pedras nos falam de visão espiritual

Davi enxergou um grande potencial de destruição onde outros viam apenas um brinquedo de adolescente. O rei Saul, por sua vez, era sofisticado e tinha uma estratégia sofisticada de combate, mas Davi estava se propondo a fazer algo bem simples: uma pedra atirada por um estilingue.

A Bíblia demonstra no primeiro livro das Crónicas 12:2 que a família de Saul era especialista em atirar com funda. Ele certamente atirava bem com a funda, mas, diferentemente de Davi, ele não acreditou no potencial daquela estratégia. Talvez porque fosse muito simples. Saul preferia a sofisticação das armaduras. Precisamos ter a visão de Deus para cada detalhe de nossas vidas e, muitas vezes, esta visão nada tem de natural.

9. Cinco pedras nos falam de uma estratégia inteligente

Não era ingenuidade de Davi querer usar uma funda, mas uma grande astú­cia. Inteligência é conseguir transfor­mar as adversidades e desvantagens em surpreendentes estratégias de vitória. Tudo é uma questão de ótica, aprenda a enxergar as situações de maneira positiva.

Ele estava em desvantagem de for­ça, mas com a funda ele poderia man­ter uma distância segura. Outro fator importante é que Davi estava livre de armadura o que facilitaria a escapatória caso houvesse necessidade. Ele estava em desvantagem na expe­riência e na idade, por isso usou de ve­locidade. Ao final, a luta não foi longa. Tudo o que foi visto como desvantagem por Saul, Davi transformou em vantagem na hora da batalha.

Encontro, quantas pessoas voce vai levar da sua rede? Precisamos dos nomes. O prê Encontro será neste px domingo as 16:00 horas.

Orem pelos nove princípios ministrados aqui para que todos consigam aplicar em suas igrejas!

 

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