Lucas 24:13 e 35
A história dos dois discípulos a caminho de Emaús é uma das últimas narrativas do evangelho de Lucas. O contexto da história todos nós sabemos, Jesus havia sido crucificado na sexta-feira e já havia se passado 3 dias desde sua morte. Ele então ressuscita e antes de falar com seus doze, vai ao encontro daqueles dois homens, discípulos da segunda geração que estavam desistidos voltando para a velha vida. Jesus enquanto caminhavam, os questiona sobre o que estavam discutindo e percebe que eles estavam tristes e decepcionados.
Ao olhar esses dois homens podemos ver em cada um de nós, momentos em que também eventualmente desanimamos, entristecemos e até pensamos em desistir, seja pela perda de uma pessoa querida, uma situação de luta que persiste mais do que gostaríamos ou uma necessidade de cura que insiste em não ir embora desafiando a nossa fé, fidelidade e perseverança.
Aqueles dois homens depositaram suas esperanças em algo que Jesus não veio fazer. Em algo que Jesus não tinha prometido. Achavam que Ele iria libertar a nação judaica da sujeição de Roma e quando Jesus morreu, a esperança deles foi abalada, mas quando Jesus ressuscitou, tudo mudou. Jesus tinha algo profundamente maior e melhor para eles, o perdão dos pecados e a vida eterna, mas eles estavam com seus olhos voltados para algo passageiro e efêmero, baseando a fé deles apenas no visível.
Na maioria das vezes nossa decepção vem porque os nossos olhos estão postos no lugar errado. Estamos olhando para dentro, para nossa dor, para nossa falta, para as nossas limitações, para aquilo que não conquistamos, para o nosso “eu”. Outras vezes nossos olhos estão no pastor, no líder, no pai, no amigo, no cônjuge, no outro que não nos socorreu, não nos atendeu, não nos supriu ou valorizou, ou seja, nas expectativas em relação ao outro que não foram atendidas. Em ambos os casos, nosso olhar está no lugar errado.
Percebam esses dois discípulos no caminho de Emaús, Jesus estava com Eles. O problema ali não era o local, ou o pregador (o próprio Jesus), mas a incredulidade, a dor e a decepção distorceram a visão a ponto de cegá-los.
Essa passagem é um alerta para nós. Quando a dor se transforma em ressentimento e amargura ela se torna um pecado. Sendo um pecado podemos fazer uma analogia: a dor pode funcionar como um fermento, não importa a quantidade, pois uma pequena porção pode ser suficiente para comprometer nossa comunhão com Deus e com as pessoas. O fermento não precisa ser muito, só precisa de tempo para fazer efeito.
Só quando Jesus partiu o pão é que os olhos deles foram abertos. Eles lembraram dos momentos que presenciaram onde Jesus ceava e partia o pão com eles. Qual a revelação contida nesse trecho? Primeiro: Jesus é verdadeiro e sempre cumpre o que promete, Ele ressuscitou e voltou. Segundo: a comunhão com Jesus no partir do pão trouxe cura e ativou a esperança!
Salmo 32: 3 a 5 mostra a libertação do rei Davi: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.”
Não devemos ocultar nossas dores, pois se contaminam nosso coração, podem também nos cegar e então nos fazer tropeçar e desviar do propósito.
Esses dois homens só tiveram a oportunidade de mudar de rota e de reconhecer a Jesus porque tiveram 3 atitudes:
1ª – Convidaram Jesus para entrar na casa deles;
2ª – Deixaram Ele assumir a posição de anfitrião e celebrar a ceia;
3ª – Voltaram para Jerusalém correndo, ou seja, voltaram para a comunhão e o propósito.
Precisamos convidar Jesus para entrar, precisamos entregar o comando para Ele. Precisamos uns dos outros e da diversidade que existe na comunidade (nossa Igreja) para ajudar-nos mutuamente a permanecer no caminho e aprendermos o que significa ser como Jesus.
Nessa noite lance sobre Jesus toda dor, decepção ou ressentimento em Cristo, abra seu coração, libere e receba o perdão que está disponível para cada um de nós na Cruz do Calvário e seja livre para manter a paz com todos, pois só assim teremos comunhão com nosso Deus (Hb 12:14).
Para aqueles que estão enviados para a missão CASA DE PAZ, vocês estão levando Jesus para a casa deles, vocês representa a atmosfera do Céu entrando na casa destas pessoas que em breve serão nossos discípulos, ali na casa deles haverá comunhão, cura, salvação e esperança.
Pratica: Faça o apelo e na sequencia coloque um louvor de cura, adoração e faça uns minutos e oração para que todos tenham um momento de comunhão com Deus, confessando pecados, pedindo perdão e perdoando e também repensando sua vida com deus e chamado.
No final ore por todos, pelas casas de paz, por visitantes na próxima semana, pela cadeira vazia, pelo culto do amigo no primeiro domingo de novembro.
Deus os abençoe!
Aps. Eliezer e Zenita