Focando na formação dos 12 – Parte 4

Mateus 9 :35 a 38 e 10 : 1

Transformando a Multidão em Geração.

Embora Jesus estivesse sempre assediado pelas multidões, Ele não se deixava seduzir pelo
calor destes encontros. Numa visão muito mais ampla, e de futuro, Jesus pensava nas
necessidades que estas pessoas continuariam tendo, mesmo depois de terem um encontro com
Ele. Elas precisariam ser ouvidas, libertas, curadas e acompanhadas até a maturidade na fé. Esta
percepção, fez com que o mestre orientasse seus discípulos a clamarem especificamente, por
pessoas dispostas a servirem e a liderarem no ministério. E, então, se dirigiu a seus
discípulos: A seara, na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai,
pois ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Jesus também sabia da volatilidade das multidões, que em um momento vem, e noutro já
se foram. As mesmas multidões que um dia foram curadas por Jesus, estiveram posteriormente
diante de Pilatos, gritando: Crucifica-o, crucifica-o.

Pense em quantas pessoas já passaram por sua vida e por seu ministério, mas não
permaneceram?

Determinado a formar uma liderança que permanecesse e levasse o propósito à frente,
Jesus chama para perto de si uma equipe para ser treinada. Mt. 10 : 1: Tendo chamado os
seus doze discípulos, deu-lhes Jesus, autoridade sobre espíritos imundos para os
expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades.

Os doze foram chamados para servir e para liderar a multidão, mantendo-a suprida e
coesa. Aqui nascia o Modelo dos doze.

Baseados no exemplo de Jesus, por mais que a multidão nos traga prazer ou solicitações,
não podemos em momento algum, tirar o foco da formação espiritual e numérica da equipe de
doze. Haja o que houver, nosso alvo deve ser sempre termos nossa equipe de doze
completa, unida, e servindo a multidão.

Esta formação é um processo de anos de trabalho, que ao contrário das voláteis multidões
atraídas por shows, gera algo sólido, como uma casa construída sobre a rocha. Um dos testes
para qualquer líder na Visão, é a perseverança ao longo do tempo necessário à formação de suas
gerações de líderes.

Nosso objetivo é sim alcançarmos uma multidão, mas esta deverá ser uma multidão de
líderes, que permanecerão e frutificarão, na fé e no propósito.

Como formar a equipe de doze? Os doze de Jesus foram trazidos a Ele, pelo poder da
oração. Os doze são vidas buscadas no coração de Deus, em jejum e oração.

Naqueles dias, retirou-se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a
Deus. E quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre
eles, aos quais deu também o nome de apóstolos. Lc. 6 : 12 e 13.

O tempo de oração dedicado por Jesus, teve por objetivo escolher um grupo de líderes
dentre os que já haviam crido Nele e estavam em meio à multidão. No nosso caso a busca em jejum e oração, geralmente é para ganhar pessoas, que depois
de consolidadas na fé, seguirão os passos da Visão em direção à liderança.

O ambiente mais adequado a este ganhar e consolidar é numa célula. Jesus iniciou seu
ministério em casa, liderando sua própria célula. Dias depois, entrou Jesus em Cafarnaum, e
logo correu que ele estava em casa. Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo
junto à porta eles achavam lugar, e anunciava-lhes a palavra. Mc. 2 : 1 e 2. Certamente,
fora este o palco da consolidação dos doze, até serem enviados.

Todo líder que ainda não tem sua equipe de doze completa, com seus doze liderando cada
um, uma célula, deve fazer uma célula em sua casa, para ganhar e consolidar os que completarão
futuramente a sua equipe.

É do seio de uma célula frutífera como a de Jesus, descrita em Mc. 2 que se inicia um
processo de multiplicação de células e consequentemente, de líderes para compor a equipe de
doze. Cada líder enviado a partir da célula mãe, é potencialmente um doze do líder que o enviou.
À medida em que um líder vai multiplicando a sua célula, cada líder enviado com sua nova
célula, deve ser inserido na equipe de doze do líder que o enviou, para ser discipulado.

Dificilmente o líder da célula mãe (a primeira célula), completará sua equipe de doze só
com líderes enviados por ele. Alguns de seus discípulos, também multiplicarão suas células e
semearão os discípulos líderes destas células, para compor a equipe de doze do líder principal.
Neste aspecto não deve haver nenhum sentimento de posse em relação aos discípulos, e sim o
espírito de desprendimento e generosidade, focado em auxiliar o líder principal a ter sua equipe
de doze completa.

Depois que o líder principal tiver completado sua equipe de doze, este deverá ajudar seus
discípulos a completarem também as suas, para que se forme a segunda geração os 144. Esta
geração estará completa quando cada um dos doze da primeira geração, estiverem com seus
doze completos e liderando uma célula.

Esta formação não é uniforme (alguns líderes desistem do seu chamado, outros se desviam
ou mudam de cidade), alguns líderes são mais rápidos nesta conquista, e outros mais lentos.
Independente disto, todos os doze devem ter continuamente diante de si, o objetivo de completar
sua equipe de doze.

A equipe de doze começa a se formar a partir do discipulado individual, no relacionamento
entre o líder principal e cada um dos discípulos que ele está treinando para a liderança. Este
relacionamento envolve atenção e ajuda, em relação às necessidades do discípulo, mas também
momentos de comunhão que gerem amizade.

Também o discipulado em equipe, deve ter constância (semanal ou quinzenal) e deve
começar a ser ministrado, ainda que o líder principal tenha apenas um ou dois discípulos. Jesus
começou sua equipe de doze com apenas dois discípulos, Pedro e André, a medida em que estes
caminharam com Jesus, apresentaram a Ele outros dois discípulos, que eram seus colegas de
trabalho, Tiago e João.

O investimento de amor, oração, ensino e relacionamento, em apenas dois discípulos
redundará em crescimento, pois o discipulado os capacitará a ganharem outros, que futuramente
poderão vir a fazer parte da equipe. Uma equipe de doze dificilmente será formada só por pessoas
ganhas pelo líder principal, por causa disto, o líder principal deve sempre estar atento aos que são
frutíferos, para investir neles e alçá-los à sua equipe.

Alguns requisitos para a formação de uma equipe de doze:
1 – O líder deve buscar uma íntima comunhão com Deus (direção e unção).
2 – O líder precisa amar vidas e ter disposição para cuidar delas.
3 – O líder precisa ser disciplinado, principalmente na oração.
4 – O líder deve orar especificamente por ceifeiros (trabalhadores) Mt. 9: 37 e 38.
5 – O líder deve estar voltado a restauração espiritual, emocional e física dos discípulos.
6 – O líder precisa ver pelos olhos da fé, cada pessoa como um futuro líder, por mais frágil
que esteja.

7 – O líder precisa imprimir o caráter e a missão de Cristo (o ide) em cada discípulo. O
chamado dos doze é servir a Deus e não apenas serem amigos do pastor.
O principal vínculo do discipulado precisa ser espiritual e não só afetivo.

Quando o vínculo é espiritual, o foco está em Deus, mas se for só emocional, o foco estará
no homem e em sua carência afetiva, e não cumprirá o propósito.

Que Deus os abençoe e multiplique extraordinariamente, conforme a promessa ENDJ.
Amamos vocês,

Aps. Fábio e Claudia Abbud

Imprimir