O perfume que sai do altar

Gênesis 8.20,21

Após ter experimentado o cumprimento da promessa de Deus, Noé construiu um altar dedicado ao Senhor, e ali queimou uma oferta que foi aceita como aroma agradável.

Eis aqui algumas lições preciosas para nossa vida. Temos um altar consagrado, uma oferta a ser queimada, o fogo que é ateado sobre a oferta e o perfume que sai do altar.

1. O altar e a oferta. Muitas das ofertas trazidas à presença de Deus, especialmente animais, precisavam ser queimadas para serem aceitas. Construía-se então um altar de terra ou de pedras onde essas ofertas pudessem ser colocadas e daí queimadas (Êx 20.24,25).

Com isso entendemos que altar era lugar de entrega, mas também de morte. Com a vinda de Jesus, fomos libertos da lei do sacrifício de animais porque Ele se fez o próprio e definitivo sacrifício por nós (Hb 7.26,27).

No entanto a existência do altar e da oferta não foi desfeita. Embora não mais tenhamos que erguer altares de pedra ao Senhor, há uma necessidade de edificarmos a Ele um altar espiritual e oferecermos sobre ele algo vivo, santo e agradável (Rm 12.1).

Noé apresentou animais puros. A Palavra de Deus nos aconselha que apresentemos a nós mesmos a Deus. Davi declara que o sacrifício agradável a Deus é o espírito quebrantado (SI 51.16,17). O próprio Deus declara que despreza os sacrifícios oferecidos no reino físico quando estes não são um reflexo do que já tem acontecido no reino espiritual (Is 1.11-17; JI 2.13a).

Queridos, precisamos continuamente parar para construir um altar em oração consagrado ao Senhor e entregarmo-nos em holocausto a Ele. Ora, holocausto nada mais é que um sacrifício totalmente queimado. Necessitamos, portanto, ter nossa carne temperamentos, pensamentos, razões, emoções – queimados, mortos, crucificados; caso contrário, não poderemos seguir a Cristo, nem tão pouco desfrutarmos do que nos está reservado (Mt 16.24,25; Lc 9.23,24).

2. O fogo. Quando o altar é de pedras, o fogo é uma combustão, uma reação química capaz de resumir a matéria sobre a qual acontece em cinzas. Quando, porém, o altar é algo espiritualmente erigido e a oferta a nossa vida totalmente entregue ao Senhor, o fogo é o Santo Espírito, que penetra no mais profundo do nosso ser e elimina toda e qualquer impureza que há, transformando nos cada vez mais à semelhança de cristo. Este fogo nos é necessário!

Certa vez um homem sabiamente afirmou que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Creio que ele foi divinamente inspirado nesse momento até por não haver uma especificação desse "espaço". Muitos são os que buscam ser cheio do Espírito, mas é interessante notar que se um cálice estiver cheio de um determinado líquido, não haverá como enchê-lo de outro, a menos que o esvaziemos primeiro para enchê-lo depois. Isto é, se quisermos sentir a plenitude do Espírito em nossas vidas, temos que nos esvaziar de nós mesmos primeiro.

A oferta de Noé foi pura. Os animais eram puros. A oferta da nossa vida é pura quando permitimos que Deus com seu fogo consuma as impurezas que há em nós, limpando-nos a fim de nos preencher com sua presença.

3. O perfume que sai do altar. A Palavra diz claramente que o holocausto oferecido por Noé foi recebido por Deus como um aroma agradável ou um suave cheiro. Certamente as Escrituras não se referem ao que estava sendo visível. Acredito que o cheiro suave que chegou até o trono do Senhor não foi daquela fumaça que se podia ver, e sim do fogo que queimava no coração daquele servo, que acabara de experimentar algo tão maravilhoso – O amor do seu Deus por ele.

Penso também que Noé não encontrava palavras que lhes fossem suficientes para expressar toda a sua gratidão, amor e até mesmo admiração por tudo o que o Senhor lhe fizera, embora o seu coração estivesse transbordando em expressões de amor, gratidão e temor a Deus. E foi o seu coração que o Senhor viu.

Noé externou o que se passava em seu interior naquele momento. Por isso, suas atitudes cheiraram bem; porque surgiram de dentro para fora.

Aroma agradável a Deus são as nossas atitudes quando nascem de dentro para fora. Quando antes de nos ajoelharmos diante do Senhor, o nosso coração já está prostrado em sua presença. Quando antes das nossas mãos serem erguidas ao céu, todo o nosso ser já está consagrado a Ele.

Amados, apresentemo-nos dia a dia a Deus, oferecendo nossa própria vida em seu altar, clamando para que seu Espírito nos purifique de toda e qualquer impureza, e que assim, venhamos a estar derramando um nardo puro ao Senhor e, desta forma sendo servos nos quais tenha Ele prazer (Mt 3.17).

Mantenha-se aceso o fogo no altar; não deve ser apagado. Toda a manhã o sacerdote acrescentará lenha (…). Mantenha se o fogo continuamente aceso no altar não deve ser apagado. (Lv 6. 12ª – 13)

 

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