A importância da motivação correta

 
II Timóteo 2:14-16; Mateus 23:24-33; Lucas 18:9-14

 
Dentro do discipulado espera-se crescimento e amadurecimento. Dentro deste propósito do discipulado os carrapichos, as sujeiras, as feridas devem ser removidas, as criancices vencidas e o caráter de Cristo gerado e manifesto na vida de cada um. O propósito do discipulado é estabelecer um estilo de vida impecável na vida do discípulo que por sua vez se torna um discipulador, um referencial. Nossas atitudes denunciam aquilo que temos dentro de nós, manifestam a verdadeira motivação, e o grande segredo para vencer é detectar as motivações erradas e rejeitar em arrependimento e agir, andar, lutar em oração e confissão fazendo exatamente o contrário daquilo que estamos rejeitando. Aqui na Penha objetivamos viver uma vida cristã genuína, Deus quer isso.
 
O que Deus leva em conta, em cada conduta nossa, é a motivação pela qual realizamos algo. O que fazemos é menos importante do que o motivo pelo qual fazemos. Por esta razão, qualquer coisa que realizamos, por melhor que seja seu resultado, se for praticada por motivos torpes, então não terá validade alguma para o Reino de Deus. Toda ação realizada por ira, despeito, inveja, cobiça ou interesse por reconhecimento (que é vaidade), é completamente contrária ao Senhor.
 
Nesta relação de motivos egocêntricos, os fariseus nos deixaram exemplos claros. Eles continuam sendo o mais triste exemplo de fracasso no relacionamento com Deus, mas não por causa de erros doutrinários, nem porque eram pessoas de vida abertamente pecaminosa. Todo o problema deles estava na qualidade dos seus motivos:
 
1.      Oravam, mas para serem ouvidos pelos homens, e, deste modo, suas motivações arruinavam as suas orações e as tornavam inúteis;
 
 
2.      Contribuíam para o serviço do templo, porém, muitas vezes o faziam para ser visto pelas pessoas e para escapar do seu dever para com os seus pais, e não para estar, de fato, cuidando das coisas de Deus;
 
 
3.      Condenavam o pecado e se levantavam contra ele quando o viam nos outros, mas agiam assim motivados por sua justiça própria e por sua dureza de coração. Isso caracterizava tudo o que faziam. Sempre olhavam para os erros dos outros e numca olhavam para si mesmos. Eram cegos espirituais e apenas cumpriam regras.
 
 
 
4.      Suas ações eram sempre cercadas por aparências de santidade; e essas mesmas atividades, se fossem realizadas simplesmente para agradar o coração do Pai, seriam realmente boas e louváveis. Todavia, a fraqueza dos fariseus estava no fato deles buscarem o aplauso e o respeito humano, ou seja, ansiavam agradar a seu próprio ego mais do que satisfazer o coração de Deus.
 
 
Isso não é insignificante, antes é algo sério e precisa ser bem discernido e tratado. Afinal, o egocentrismo é o estilo de vida típico daqueles religiosos formais e ortodoxos que continuaram em sua cegueira até finalmente crucificarem o Senhor da glória, sem qualquer noção da gravidade do seu crime. Isso significa que motivações carnais não nos permitirão alcançar a revelação do Senhor, nos impedirão de vê-Lo como quem Ele realmente é. Jesus estava no meio dos fariseus, e apesar disto eles não O puderam reconhecer, porque estavam voltados somente para seus interesses pessoais, indiferentes aos reais interesses do Senhor.
 
Isso denotava falta de discipulado, não eram apascentados e orientados de perto. Eles não eram pessoas ruins, o apóstolo Paulo era um fariseu honesto, mas religioso. Precisamos de alguém que seja verdadeiro, integro, reto, comprometido com o reino de Deus, que tenha liderança e direção de Deus para nos conduzir, nos proteger, nos ensinar, nos treinar, nos cobrir, nos tratar levando-nos a grandes conquistas e objetivo de vida, nos tornando frutíferos. O alvo final é nos tornarmos esse alguém na vida de outros na perspectiva de gerarmos uma igreja forte, unida e discipuladora.
 
Atos religiosos praticados por motivos vis são duplamente maus – maus em si mesmos e maus por serem praticados em nome do Senhor. Isto equivale a pecar em nome dAquele Ser que é impecável, a mentir em nome dAquele que não pode mentir e a odiar em nome dAquele cuja natureza é amor.
 
Por tudo isso, é extremamente necessário que os crentes, especialmente os mais ativos, freqüentemente separem um tempo para sondar a sua alma, a fim de certificarem-se dos seus motivos.
 
Muitos louvores são cantados para exibição; muitos sermões são pregados para mostrar talento; muitas igrejas são fundadas como um insulto contra outra igreja. Mesmo a atividade missionária pode tornar-se competitiva, e a conquista de almas pode degenerar, tornando-se uma espécie de marketing eclesiástico para satisfazer a carne. Não nos esqueçamos que os fariseus eram pessoas reconhecidas, eram líderes “preparados” para conduzirem o povo ao caminho de Deus.
 
Um bom modo de evitar a armadilha da atividade religiosa vazia é comparecer diante de Deus com a Bíblia aberta em I Coríntios 13. Esta passagem, embora seja considerada uma das mais belas da Bíblia, é também uma das mais severas dentre as que se acham nas Escrituras Sagradas. O apóstolo toma o serviço religioso mais elevado e o rebaixa à futilidade, se não for motivado pelo amor. Sem amor, os profetas, apóstolos, evangelistas, pastores mestres, oradores, missionários, líderes e mártires são despedidos sem recompensas.
 
fim, podemos dizer que, aos olhos de Deus, somos julgados não tanto pelo que fazemos e sim por nossos motivos para fazê-lo. Não "o quê", mas "por quê" será a pergunta importante que ouviremos, quando nós, os santos, comparecermos ao tribunal de Cristo, a fim de prestarmos contas dos atos praticados enquanto estivemos no Corpo.
 
Então, que desde já possamos ser achados como homens e mulheres que sempre perguntam: “Pai, qual minha efetiva motivação para agir desta maneira? Por que quero realizar tal procedimento em Sua casa? O que anseio receber em troca de tal ação?”. Que o Espírito Santo venha nos revelar nossos próprios corações.
 
 
Quem ama a Deus e sua obra, tem prazer em ser… e fazer…, é agradecido, ama as vidas e luta por elas, mesmo que seja difícil, perseverará em ser e fazer. Consolidar e discipular não é fácil, é para vencedores, para aqueles que não olham para traz, pois isso demanda planejamento, dedicação, prioridade, sacrifício e muita perseverança e desejo em servir e, se fosse fácil, qualquer um faria!
 
 
Nosso grande desafio na visão e ministério é gerar nossos doze discípulos, sabemos que eles virão das nossas células. Dentro disso, quantos discípulos você tem? Você tem acompanhado cada uma, tem sentado com eles toda semana para ministrar na vida deles, tem projetado junto com eles as conquistas? Tem planejado estar juntos nos cultos para orar por eles, para ampliar seu discipulado no relacionamento e para ser um referencial?
 
 
 
Deus abençoe a todos!
 
 
Pastores Eliezer e Zenita
 

 

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