Colossenses 4:15; Atos 2:42-47
Na mente de todo homem, o lar é o ponto de convergência. O lugar de aceitação e de expressão incondicionais. É um lugar de acolhimento e aconchego. A igreja dentre tantas ilustrações bíblicas, é um lar que deve ter todas essas expressões de vida e amor. E é exatamente essa a visão de Célula familiar, um lugar de acolhimento em amor. O fato é que não podemos expressar a Cristo como corpo a não ser através da vida em comunidade e a célula é eficaz neste propósito.
1) O que é uma Célula?
A Célula é simplesmente uma miniatura da Igreja se reunindo nas casas. Não existe algo tal como um ministério de grupos, os grupos são o lugar dos ministérios fluírem.
Não é um grupo de oração, ainda que a oração seja um ingrediente básico. Não é um grupo de discipulado, ainda que o discipulado aconteça espontaneamente. Não é um grupo de estudo bíblico, ainda que o ensino seja enfatizado nas reuniões. Não é um grupo de cura interior, ainda que seja um lugar de cura e restauração. Não é um ponto de pregação, ainda que o objetivo básico de cada célula seja a multiplicação. A Célula é um pouco de cada grupo que mencionamos anteriormente, é um lugar de oração, estudo da Palavra, discipulado, cura interior, apoio e evangelismo.
A Célula pode ser comparado a uma célula do nosso corpo. A célula não é o corpo todo, mas traz dentro de si todas as informações necessárias para gerar o corpo inteiro. Isto é o que nós chamamos de informação genética.
Consideramos Célula um grupo que tenha as seguintes características:
a) A Célula busca ser uma comunidade
A principal característica de uma Célula é ser uma comunidade. Esse sentido de comunidade não deve ser degenerado, pois, sem isso termos reuniões impessoais e frias, onde o povo vem ouvir alguém com quem não tem comunhão e acaba sendo apenas mais um “freqüentador”. Não queremos grupos grandes, em número, descompromissados com o corpo de Cristo e com a igreja local.
A comunidade básica e fundamental é a família. O grupo precisa ser família. Para ser família, os membros precisam querer. Precisam ter disposição para renunciar ao orgulho, à proteção da reputação, ao medo de outros irmãos entrarem na sua vida. É preciso que cheguemos na célula sem cobranças do tipo: o líder dessa Célula deveria fazer isso ou assado… O louvor deveria ser assim e assado… Os casais da Célula não têm a experiência que tenho… Esse tipo de motivação entristece o Espírito Santo e revela quão carnais e infantis ainda somos.
Precisamos ir não pensando em nós mesmos, mas nós somos irmãos: o que posso fazer para que a Célula cresça? O que posso sugerir? Que tal um jantar em minha casa? O que posso fazer por meus irmãos?
Para sermos comunidade precisamos entender que a Célula é muito mais do que a reunião de Quinta-feira. Quando a nossa percepção do grupo é limitada à reunião então não estamos envolvidos em comunidade. A vida em comunidade existe para fora dos cultos e das reuniões.
O relacionamento é mais importante do que a reunião. É no relacionamento que crescemos como servos, que aprendemos a viver a vida cristã, que somos supridos e também suprimos os outros em amor e assim aprendemos interagir uns com os outros.
b) A Célula visa a edificação dos crentes.
Uma Célula não pode ser um lugar onde a cada semana comparece um grupo diferente de pessoas. Naturalmente o visitante será bem-vindo, mas a reunião não terá como objetivo o evangelismo e discipulado se as pessoas não se integram. É importante frisarmos esse ponto para não haver mal entendido, o objetivo da célula como todo é o evangelismo para ganhar, consolidar, discipular e neste processo gerar líderes para serem enviados multiplicando esta célula em muitas outras. O objetivo em tudo isso no final é a formação das equipes de doze e a edificação do crente. É interessante ver como um ambiente de vida e unção pode mudar uma pessoa. Temos visto centenas de pessoas que se converteram por causa da unção e do relacionamento gerado na célula. Apenas a mensagem específica de evangelismo não é suficiente para levar uma pessoas a se firmar e prosseguir na fé, a ordem de Cristo foi, ganhar e discipular..
c) A Célula almeja a multiplicação.
Apesar da reunião não ser apenas evangelística todo o projeto final de edificação do grupo visa a multiplicação. Crentes realmente edificados na Palavra são crentes frutíferos. E o lugar adequado para se frutificar é no círculo familiar, na escola, no trabalho. A reunião da célula, neste caso, além de ganhar, funciona como um lugar de treinamento e motivação para enfrentar a guerra lá fora.
d) A Célula tem um lugar de reunião definido.
Conheço igrejas que tem aplicado o projeto de Células, onde a reunião do grupo é feita a cada semana na casa de um dos membros do grupo. A nossa experiência, porém, tem demonstrado que um lugar de reunião definido produz no grupo um senso de identidade, constância e segurança. Não podemos produzir um ambiente familiar, se nos reunimos a cada semana em um lugar diferente.
e) a Célula se reúne regularmente.
Todos sabemos que a chave para a comunhão é a constância, a regularidade. Não basta ter um lugar de reunião, é preciso que o grupo se reúna numa base regular de preferência semanalmente. O objetivo dessa regularidade é a comunhão. Nenhum relacionamento sólido e gratificante podem ser construídos sem convivência. É a convivência que vai produzir vínculos de amor, de amizade e de aceitação. Naturalmente precisamos desses ingredientes para sermos família.
OS CINCO OBJETIVOS DA CÉLULA
1. Comunhão: Desenvolvimento de vida partilhada, alvos comuns e aliança mútua entre todos os membros.
2. Edificação: A célula oferece o ambiente para o crescimento espiritual, aprendizado prático e disciplina em amor.
3. Evangelismo: A célula é o lugar onde inseríamos novos membros. É onde alimentamos, guardamos e suprimos os novos irmãos.
4. Serviço: Cada crente um ministro e cada um recebeu um dom. na célula os dons são exercitados para o serviço mútuo.
5. Consolidação: Acompanhamento fazendo os primeiros passos no discipulado, firmando bem a fé e a convicção de salvação, e encaminhado para o encontro e o batismo, etc.