No Velho Testamento, o povo se encontrava com Deus no Tabernáculo de Moisés e depois no Templo de Salomão. Era o lugar onde Deus se manifestava ao povo. Se queria buscar a Deus, deveria ir até aquele lugar. Havia um lugar designado para servir a Deus e as ofertas deveriam ser entregues ali. Hoje, no tempo da nova aliança, Deus já não habita em lugares feitos por homens. Nós somos a habitação de Deus. Cada um individualmente é habitação de Deus e, como igreja, somo individualmente pedras, e estamos sendo edificados mutuamente para a habitação plena de Deus, no Espírito.
Em I Coríntios 3:16, Paulo nos adverte: “Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” E outra vez, em I Coríntios 6:19 temos a pergunta: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” E ainda no verso 17, a Palavra de Deus nos diz que “aquele que se une ao Senhor é um só Espírito com Ele.”
Individualmente somos habitação de Deus e, como igreja, estamos sendo edificados casa de Deus, como diz em Efésios 2:20-22: “… edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular, no qual todos edifício bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.”
Também, em I Pedro 2:5, entendemos que a verdadeira casa espiritual somos nós: “…também vós mesmos como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de poderdes oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.”
Durante os três primeiros séculos, a Igreja não tinha templos e foi neste período que ela experimentou o maior crescimento de sua história. Os irmãos se reuniam basicamente nos lares e usavam lugares neutros como sinagogas e anfiteatros apenas para evangelizar. A igreja era uma igreja nos lares.
Em Atos 2:46 Lucas diz que “diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam o pão de casa em casa, e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração.” Atos 5:42 afirma que “todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar a Jesus, o Cristo.”
Depois de saírem da prisão Paulo e Silas se dirigiram para a casa de Lídia que era o lugar onde os irmãos se reuniam. “Tendo-se retirado do cárcere, dirigiram-se para a casa de Lídia e, vendo os irmãos, os confortaram (Atos 16:40).”
Falando aos presbíteros de Éfeso, Paulo os exorta dizendo que ele próprio jamais havia deixado de anunciar coisa alguma proveitosa, de ensinar publicamente e também de casa em casa. (Atos 20:20).
Em Romanos 16:5 – Paulo faz uma saudação a Igreja que se reúne na casa de Áquila e Priscila. Também em I Coríntios 16:19, lemos: “No Senhor muito vos saúdam Áquila e Priscila e bem assim, a igreja que está na casa deles.” Ao que tudo indica, não era uma reunião temporária, mas uma prática normal da Igreja.
Em Colossenses 4:15 – Paulo saúda os irmãos de Laodicéia, a Ninfa e à igreja que ela hospedava em sua casa. E finalmente em Filemon 2, ficamos sabendo de uma igreja que se reunia na casa de uma certa irmã: “… e à irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que está em sua casa.”
No Velho Testamento quando Moisés se sentiu cansado, por causa do peso do trabalho, a orientação dada por Deus através de seu sogro Jetro, nos faz lembrar as células ou as redes formadas pelo discipulado. Todo o povo deveria ser dividido em grupos de mil, de cem, de cinqüenta e dez pessoas. Cada grupo com o seu líder. (Ex. 18:1 –27). Foi uma estratégia dada diretamente por Deus. É impossível um único líder cuidar de centenas de pessoas.
Jesus priorizou um grupo pequeno de pessoas no seu ministério. E apesar de ter gastado um tempo considerável ensinando nas sinagogas e ao ar livre parece que dava especial atenção a grupos pequenos quando separou setenta e os enviou dois em dois (Lucas 1: 29-34; 2:15; 3:20-34; 7:17; 9:28; Mateus 10:12-14, Lucas 10:5-7).
Continua…