I. Por que somos uma Igreja em Células?
Porque cremos que Cristo deve ser o centro da vida da Igreja.
Deus tem um desejo no seu coração. Podemos dizer com toda certeza que o desejo de Deus é colocar-se a si mesmo dentro do homem. Deus deseja que Cristo habite dentro de um povo de modo que este povo venha a se constituir em seu próprio corpo vivo, uma extensão de si mesmo. O propósito eterno de Deus tem um ponto central. Toda Bíblia tem um ponto central. E o ponto central em torno do qual giram todas as outras verdades espirituais é este: “Cristo em nós”. Cristo sendo a nossa vida.
Depois da ressurreição e ascensão do Senhor, Deus começou a concretizar o seu propósito de ter entre os homens uma expressão viva de Cristo. Este é o eterno desejo de Deus que será concretizado nesta época em que vivemos.
O centro da vida cristã é o próprio Cristo. Ele deve ser o nosso deleite, o centro e a realidade. A vida de Cristo deve ser cada vez mais superabundante em nós e por meio de nós. O seu propósito só pode ser alcançado se os nossos olhos estiverem focalizados em Cristo, desfrutando dele, deleitando nele e alimentando dele. Mas Satanás suscitou muitos substitutos sutis, muitas imitações inteligentes.
Se olharmos a história da Igreja depois do terceiro século até os dias de hoje, veremos muitos substitutos. Um que tem sido muito usado é o ritualismo e a liturgia. Há aqueles que são rígidos, frios e que não permitem que Cristo se manifeste na reunião. Se o Espírito Santo na verdade se manifestasse em uma reunião assim, não seria bem recebido.
Colocaram a liturgia como dogma e vivem em função dela. Há, porém aqueles que, repudiando esta atitude, caem no oposto sem perceberem que também estão desviando os olhos do povo para fora de Cristo. São aqueles que colocam atrativos humanos nas reuniões. Quando o Senhor não está presente é certo que precisarão de outra coisa para substituí-lo. Surgem então, os artistas da música, com lindas vozes e belos instrumentos, verdadeiras bandas e orquestras que entusiasmam o povo e os atraem para o culto. Há ainda os artistas do púlpito que usam o misticismo e práticas que atraem muitos. Outros não satisfeitos com isso ainda fazem produções teatrais, verdadeiros “shows” para agradar a congregação.
Não somos contra nenhuma forma de expressão, mas devemos ser bastante criteriosos e observar se Cristo está sendo o centro de tal expressão litúrgica. Devemos voltar os nossos olhos para Jesus. Se não houver verdadeira adoração em santidade o povo não será transformado, e sim apenas tocados na sua alma. O caminho para vencer a idolatria e religiosidade é através da verdadeira adoração, e para vencer a feitiçaria e a imoralidade precisa haver uma vida de santidade.
Muitas vezes até os próprios irmãos se tornam substitutos e ainda por vezes a própria teologia desvia o nosso olhar do centro quando se perde em discussões sobre pontos que reconhecidamente são secundários no espaço da vontade eterna de Deus. Devemos ser cuidadosos e vigilantes para não desviarmos os olhos do Senhor.
Mas nos deparamos com a pergunta, como corrigirmos este sério problema? Devemos evidentemente nos voltar para Jesus, mas a melhor estratégia para isso é as reuniões menores, As Células. Vejamos alguns motivos:
- Na Célula (grupo familiar como alguns a chamam) não haverá oportunidade para discussões filosóficas, teologia e coisas assim.
- Na Célula não haverá liturgia nem formalismo religiosos, pois tudo é feito espontaneamente. Também não haverá os atrativos das grandes reuniões como a banda de música, os grandes “pregadores”, os belos números especiais e assim por diante. Quem vai a uma reunião está indo por causa de Jesus, pois não haverá outros atrativos que não seja Ele.
- Na Célula não haverá espaço para “shows” de qualquer espécie que desviam a atenção do centro.
- Nas Células não haverá espaço para o ativismo religioso. Há muitos que pensam que o mais importante é construir igrejas e cuidar de coisas materiais da obra de Deus. Construir é importante, estabelecer é fundamental, mas não deve ser o centro, pois se for assim correremos os risco de gerar um substituto para Cristo. É como aquela pessoa que está entediada e procura preencher seu tempo fazendo mil coisas. Em Células não se constrói nada e nem há patrimônio para ser preservado. Toda a atenção é voltada exclusivamente para Jesus e sua Igreja, pessoas, vidas.
Continua..