Autoridade conquistada

João 17:4-8

Vemos aqui Jesus dando um relatório ao Pai da primeira parte da missão que ele tinha recebido, dizendo, eu te glorifiquei na terra consumando o que o Senhor me pediu para fazer, eles estão aqui, só um se perdeu, peço que não os tire do mundo, mas guarda-os do mal. Fazer discípulos para continuar, ser os sucessores na mesma essência não foi nada fácil, tanto que Ele precisou consolida-los fortalecendo todos os princípios ensinados após a ressurreição.

 No versículo 7 Ele diz: Agora eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provem de Ti. Há uma ideia subliminar nessa declaração: A de que a confiança dos discípulos e sua consequente sujeição havia sido resultado de uma conquista paulatina.

O discipulado requer convivência, Ele é desenvolvido sobre as bases da paternidade, e não da chefia ou da inspiração à distância. É uma caminhada juntos, um processo gradativo onde envolve amor, paciência, investimento e serviço, é uma liderança servil, mas uma vez consolidado, permanece, frutifica e expande, embora princípios de fidelidade, amor, fé, lealdade, santidade, honra etc., precisam ser constantemente relembrados e renovados, pois tudo que é contra a velha natureza, com o tempo arrefece.

A percepção dessa realidade e inimaginável para nós. Saber que Jesus precisou de tempo e investimento para conquistar a plena confiança dos Seus discípulos nos impõe a obrigação de suportar o mesmo processo de conquista.

Um dos pontos nevrálgicos da prática do discipulado é o exercício de autoridade. A relação entre discípulo e discipulador envolve, necessariamente, submissão e liderança. Porém, se ela não for estabelecida nas bases corretas, pode extrapolar os limites do saudável e entrar nas raias da alienação do liderado ou do autoritarismo do líder.

Não são raros os casos de pessoas que, em nome do discipulado, estabelecem uma relação de medo e castração. Basta um coração corrompido para o exercício da liderança.

Se Jesus precisou de tempo para conquistar a submissão de seus discípulos, muito mais nós, teremos que trilhar esse caminho.

Liderança espiritual nada tem a ver com domínio sobre pessoas. O fazedor de discípulos é alguém que serve aos outros com sua influência.

Manipuladores mantém pessoas sob subserviência e medo, quando deveriam promover o seu potencial de liderança.

Jesus conquistou a submissão de seus discípulos através do relacionamento, testemunho e serviço. Sua liderança nunca foi imposta!

O discipulado requer convivência. Ele é desenvolvido sobre as bases da paternidade, (cuidado, exortação, admoestação, conselho, confronto em amor e não da “chefia” ou da inspiração à distância.

O modelo saudável de discipulado está profundamente relacionado à paternidade. Aliás, o chamado de um líder cristão é para ser pai, e não para ser chefe dos seus discípulos. Isso envolve gerá-los em Cristo, ou seja, conduzi-los à conversão e, principalmente, formá-los, apresentando-lhes não só um padrão desejado, mas um modelo vivenciado u a ser vivido.

Líderes fracos apoiam-se em títulos e posições. Líderes seguros apoiam-se em sua própria capacidade de liderar e fazem do tempo seu aliado.

O fazedor de discípulos que se ofende com o julgamento, críticas ou em ser examinado e avaliado das pessoas dificilmente terá a humildade necessária para conquistá-las.

À orientação para o discípulo Timóteo: Ninguém despreze a tua mocidade; antes, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1 Timóteo 4:12).

Com Jesus não foi diferente. Ele teve que fazer o caminho do modelo ou ser examinado, ser avaliado, até tornar-Se uma autoridade no coração de Seus discípulos. Foi assim, oferecendo-Se como padrão, vivendo radicalmente os princípios sobre os quais pregava e esperando pacientemente que Seu exemplo fosse assimilado, que o Mestre conquistou a sujeição de Seus doze e, finalmente, pôde dizer ao Pai: “Agora eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti”.

 No amor de Cristo!

 

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